(G-1) – Donos de cartório, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, diplomatas, advogados e médicos são as categorias profissionais mais bem remuneradas no Brasil. É o que mostra levantamento do G1 feito a partir de dados divulgados pela Receita Federal com base no detalhamento das declarações de Imposto de Renda.
Os números disponibilizados pela Receita permitem também identificar as profissões mais expostas à cobrança de imposto de renda e aquelas com maior fatia da renda isenta, evidenciando as desigualdades de renda e distorções na tributação das pessoas físicas no Brasil.
Do total de R$ 3,01 trilhões declarados ao Fisco no passado, os rendimentos tributáveis – aqueles submetidos à tabela progressiva do IR (de até 27,5%) – somaram R$ 1,84 trilhão, ou seja, 59%. Já os rendimentos submetidos à tributação exclusiva na fonte corresponderam a R$ 302,7 bilhões, o equivalente a 10% do total. Os demais R$ 957,3 bilhões, ou 31% do total, foram rendimentos isentos do pagamento de imposto de renda como lucros, dividendos, rendimentos de donos de microempresa, doações, heranças e aplicações financeiras como LCI e LCA.
Na média de todos os declarantes, o rendimento anual foi de R$ 102,3 mil, o que corresponde a R$ 8.528 por mês.
Das 10 ocupações com maior rendimento médio, 6 são relacionadas à elite do funcionalismo público.
Do setor privado, os mais bem posicionados são médicos, atletas, pilotos de aeronaves e embarcações, atores e agentes do mercado financeiro.
Já a presença de donos de cartório no topo do ranking deve ser vista com cautela, uma vez que o resultado é afetado por peculiaridades das regras contábeis e fiscais da atividade.
As menores rendas são de trabalhadores da indústria em atividades operacionais e de prestadores de serviços em empregos que não exigem elevado nível de escolaridade.