(6Minutos) – Setembro foi um divisor de águas para a confiança dos empresários da indústria e do comércio. Nos dois setores, o índice de confiança medido pela FGV ficou acima do período da pandemia. O caso da indústria é ainda mais emblemático: o indicador atingiu o nível mais alto desde janeiro de 2013, portanto antes da crise de 2014.
O otimismo só não é generalizado porque a confiança dos empresários do setor de serviços continua abaixo do que era antes da crise do coronavírus. Em setembro, apesar de ter crescido, o otimismo de serviços deu sinais de desacelaração.
Mas o que vem puxando essa confiança para cima, são vários fatores. O primeiro é que o buraco foi menos fundo que o esperado no começo da crise. Outro motivo, talvez o mais importante, foi o efeito do auxílio emergencial para a economia.
As sondagens realizadas, no entanto, mostram que a confiança da indústria e do comércio subiram apenas no curto prazo. Quando se observa um horizonte de seis meses, pouca coisa mais longe, ainda há muita cautela.
A principal dúvida é sobre como a economia reagirá ao fim do auxílio emergencial. Também pesa o aumento da taxa de desemprego. Tudo isso leva a crer que “é bem provável que esses indicadores não se sustentem nos próximos meses”.