A questão é saber se chegaremos ao final da pandemia com vergonha ou com decência, diz Mario Sergio Cortella

Trechos de entrevista concedida à BBC:

“A questão não é só eu chegar ao final desse túnel escuro que é a pandemia, e ali respirar aliviado porque eu o atravessei. É como é que eu chegarei? Se eu chegarei com decência, se eu chegarei com a ideia de que mereci mesmo atravessar e lá chegar, ou se chegarei envergonhado”

“Para que eu não tenha nenhuma vergonha de deixar de fazer o que eu deveria ter feito, de ter esquecido que eu poderia ter feito, e mais do que tudo, aquilo que é parte de uma solidariedade que neste momento não pode de modo algum ser só retórica, ‘estamos juntos’, ‘estou com você’. Como é que é isso no cotidiano?”.

“O descuido vem da onde? Ele não vem só daquilo que se faz, mas também daquilo que não se faz. Vem também não só daquilo que se diz, mas daquilo que se omite. O descuido vem quando há ausência de compaixão, ausência de transparência, e nós podemos ter isso em várias nações e também na nossa encontramos isso”.

“Persiste em mim a possibilidade de imaginar algo que eu sempre lembro e que os nossos avós, bisavós diziam sempre: não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”.

 

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