(6Minutos) – A falta de correção na tabela de Imposto de Renda faz com que as pessoas paguem muito mais do que deveriam. Segundo cálculos do Sindifisco, a defasagem chega a 113%.
Isso acontece porque a tabela não é reajustada de acordo com o IPCA, o indicador oficial de inflação do país. Desde 1996, a tabela de IR só foi corrigida em 13 dos últimos 24 anos. A última reposição ocorreu em 2015.
O que isso significa?
De cara, que um monte de gente que deveria estar isento de IR está pagando imposto. Hoje, a faixa de isenção pega salários de até 1.903,98. Se a tabela fosse corrigida pela inflação, somente salários a partir de R$ 4.022,89 seriam tributados.
Mas não são apenas os isentos que pagam o pato. Hoje, salários acima de R$ 4.664,68 são tributados pela alíquota máxima de 27,5%. Se a tabela fosse corrigida, essa alíquota incidiria para remunerações superiores a R$ 9.996,73.
Quem ganha menos paga mais
Para Ayrton Bastos, vice-presidente do Sindifisco, a correção da tabela do IR seria uma forma de minimizar a injustiça fiscal no país, que penaliza os que ganham menos.
“O trabalhador brasileiro é extremamente tributado, principalmente porque ele gasta praticamente tudo o que ganha no consumo e o nosso modelo de tributação incide principalmente sobre esse setor”.
Entre as mudanças que ajudariam a mudar esse cenário, segundo ele, estão a tributação de lucros e dividendos, o pagamento de IPVA sobre lanchas, jatinhos e helicópteros, imposto sobre grandes fortunas e o aumento na tributação de herança – hoje em 4%