(6Minutos) – Os setores do varejo que tiveram maior aumento no consumo em 2020 foram os atacadistas, de materiais de construção, mercados, drogarias e cosméticos. É o que mostra o 1. Relatório de Análise de Comportamento de Consumo, divulgado pelo Itaú nesta terça-feira, 9.
Em contrapartida, turismo, vestuário, cultura, esportes e entretenimento e educação tiveram as maiores quedas de consumo.
“Os setores que mais cresceram estão relacionados a bens e não a serviços. Materiais de construção, por exemplo, tiveram um grande aumento impulsionado pelos nossos novos hábitos de home office”, afirma Moisés Nascimento, diretor de estratégia e engenharia de dados do Itaú.
A pesquisa aponta que o comércio estava crescendo em janeiro e fevereiro e o movimento foi interrompido no final de março, quando começaram as medidas de isolamento social.
O maior impacto foi sentido pelo varejo em abril, que teve queda de 22,4% nos valores transacionados em comparação ao mesmo período do ano anterior. O consumo começou a se recuperar a partir do terceiro trimestre e o faturamento de 2020 ficou apenas 3,2% maior que o de 2019.
Aumento do ticket médio
O valor médio gasto por transação no comércio aumentou 6,9% em 2020 por causa da pandemia. “Para evitar sair de casa ou evitar gastos extras com frete, o consumidor passou a fazer compras maiores, reduzindo a frequência de compras e aumentando o gasto”, afirma Nascimento.
Ao gastarem mais, os consumidores também optaram por parcelamentos maiores: a opção em 10 vezes cresceu 12,8% frente a 2019. Apenas os parcelamentos de 2 a 3 vezes tiveram queda.
Perfil do consumidor online
Do total gasto em 2020, 18,9% veio do comércio online e 81,1% do varejo físico. As mulheres representam 50,4% das transações nas compras digitais e os itens preferidos são vestuário, drogarias e atacadistas.
Os homens, em contrapartida, gastaram 23,9% a mais do que as mulheres, principalmente, em atacadistas, eletrônicos e saúde. Nascimento diz que o fato de eletrônicos estarem entre a lista podem justificar o gasto mais alto.
Os brasileiros da geração Y, que nasceram entre 1985 a 1999, foram os que tiveram maior aumento no valor médio das transações em compras online, enquanto os da geração X, mascidos entre 1965 e 1984, foram os que mais gastaram no total em 2020, tanto compras online como presenciais.