“Irmão negro de voz quente, o olhar magoado,
diz-me:
Que séculos de escravidão geraram tua voz dolente?
Quem pôs o mistério e a dor em cada palavra tua?
E a humilde resignação na tua triste canção?
E o poço da melancolia no fundo do teu olhar?
Foi a vida? o desespero? o medo?
Diz-me aqui, em segredo,
Irmão negro.”– Noémia de Sousa, Sangue Negro
“Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas este ano eu não morro.”– Belchior, interpretado por Emicida em AmarElo:
“Você pode me fuzilar com suas palavras, você pode me cortar com seus olhos, você pode me matar com seu ódio. Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.”
– Maya Angelou
“Não podemos aceitar. O teu sangue não seca.
Não repousamos em paz na tua morte.
A hora da tua morte continua próxima e veemente.
E a terra onde abriram a tua sepultura
É semelhante à ferida que não fecha.
…
A noite não pode beber nossa tristeza
E por mais que te escondam não ficas sepultado.”– Sophia de Mello Breyner
“Guarde a sua desgraça
O desgraçado.
Viva já sepultado
Noite e dia.
Sofra sem dizer nada.
Uma boa agonia
Deve ser lenta, lúgubre e calada.”
– Miguel Torga, em Penas do Purgatório