Por Igor Calvet, do Poder360
Pesquisa feita pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) revela que mais da metade das micro e pequenas empresas brasileiras (66%) ainda estão na fase inicial do processo de transformação digital, sendo 18% analógicas e 48% emergentes. Um percentual de 30% está numa fase intermediária. E apenas 3% dos pequenos negócios são considerados líderes digitais.
Sobre a utilização de tecnologias, a banda larga já faz parte da realidade da maioria dos empreendimentos, mas serviços de computação em nuvem ou educação à distância são soluções pouco usadas. E o mais preocupante, o tema da cibersegurança não faz parte das preocupações dos empreendedores.
A boa notícia é que esses empresários estão abertos a inovar. E sabem que a transformação digital é um caminho sem volta. Quase 70% dos entrevistados demonstraram vontade de participar de programas de aceleração da maturidade digital. Essa prontidão oferece uma perspectiva promissora.
Mas para que essas empresas atinjam o potencial de suas capacidades digitais, é preciso quebrar mitos. Questionados sobre qual é a principal dificuldade para a transformação digital, quase 40% dos empresários mencionam a falta de recursos para investir. Outros 25% afirmam que o maior obstáculo é o desconhecimento do caminho a ser trilhado.
As tecnologias estão acessíveis a todas as empresas. A ideia de que o processo de digitalização é complexo e caro e que investir em inovação é um privilégio das grandes empresas não é mais verdade. Há soluções adequadas a todos os empreendimentos, independentemente de seu tamanho.
Portanto, mais do que desafios, as constatações dessa pesquisa apresentam oportunidades. Há um largo espaço para que essas empresas adotem tecnologias digitais e desenvolvam todo seu potencial. Mas é preciso imprimir velocidade a esse processo.
A transformação digital é um elemento essencial para ampliar os níveis de produtividade e de competitividade do nosso país, além de ser um requisito decisivo para a sobrevivência dos negócios. É fundamental que nossas micro e pequenas empresas se adaptem e aproveitem ao máximo os benefícios, e possam aprimorar sua relevante missão de contribuir com o desenvolvimento do país e a retomada da economia.