O side de economia 6 Minutos conversou com Craig Sawchuk, psicólogo da Clínica de Mayo, e especialista no tratamento da ansiedade na saúde primária. Ele sugere o exercício de olhar para tudo o que já aconteceu e está acontecendo. As percepções podem nos ajudar no autoconhecimento e ter mais ferramentas para lidar com nós mesmos. Veja a seguir os principais pontos desta conversa:
“A quarentena escancara que somos todos frágeis e vulneráveis. É hora de aceitar isso”.
Em geral não aceitamos nossa vulnerabilidade e nos esforçamos para esconder as fragilidades. Esse esforço que em tese nos protege, gera mais cansaço e irritabilidade. “Agora vemos grandes empresas, bancos e hospitais referências ameaçados e temos a chance de perceber que fragilidade e vulnerabilidade são intrínsecas ao ser humano. Os grandes têm, e nós, enquanto indivíduos, também podemos ter”.
“A resiliência é natural ao ser humano. Tome um tempo para olhar para trás e ver o quanto você e sua família já superaram.”
No corre-corre de todo dia, a gente se cobra para superar tudo de uma hora para outra. Agora na quarentena, somos obrigados a ver as coisas acontecendo e se resolvendo um dia após o outro. Olhe para o começo da quarentena, e perceba como você evoluiu na sua forma de lidar com toda a situação. Viu? Você é resiliente.
“O tempo para se recuperar varia de acordo com a situação e a época da vida, mas a recuperação também é natural ao ser humano”.
“Deixe os outros saberem como você se sente”
Estamos distantes e o termo “isolamento social” pode causar um afastamento, a princípio. Contra isso, Sawchuck sugere que as pessoas se mantenham conectadas com quem elas gostam. “Fale como você tem se sentido, do que sente falta, o que gostaria de resolver. Escute sugestões, troque ideais e conselhos”.
Autocuidado não é só alimentação e atividade física
Em um dos materiais divulgados pela Adaa (Associação Americana de Ansiedade e Depressão, na sigla em inglês), que Sawchuck usa como referência, uma sugestão é a criação de uma rotina que te conecte com o realmente importa. Por exemplo, se gosta de música, encontre uma rotina que tenha mais espaço para você ouvir só música. É diferente do que no geral é feito, de encaixar a música no meio do trabalho, da comida, do banho. Treine perceber o momento em que a rotina que você está seguindo deixa de te fazer bem ou está te cansando e converse com outras pessoas para entender o que precisa mudar.
Aos poucos você vai compreender melhor suas demandas mais genuínas e os os pontos que te estressam ou desestressam.