Passagens com escala em outro país
Custam de R$ 4.990 a R$ 25.000
Alguns Estados já imunizam turistas
O processo para brasileiros receberem a vacina nos EUA exige uma escala e quarentena de 14 dias em algum país em que viajantes são autorizados a entrar em território norte-americano, como Equador, Costa Rica, Sérvia e México –esse último o destino preferido dos brasileiros por questões de custo-benefício.
O custo do combo varia de R$ 4.990, com agências que oferecem apenas as passagens aéreas, até cerca de R$ 25.000 com pacotes que incluem hospedagem e até traslado aos locais de vacinação.
A cidade de Nova York permite a imunização de estrangeiros, com o objetivo de movimentar o setor de turismo –um dos mais atingidos pela pandemia. O governador do Alasca, Mike Dunleavy, também anunciou que qualquer turista que chegar a um aeroporto do Estado poderá se vacinar de graça.
Já a Flórida flexibilizou as exigências, permitindo que pessoas sem documentos tomem o imunizante contra a doença. Essa medida abre brecha para que turistas se vacinem, mesmo não sendo oficialmente permitido no Estado.
Segundo a consultora de vendas Graziela Dias, só há voos disponíveis por esse preço para meados de julho. “Até lá, já acabou praticamente tudo. É um ou outro que aparece, mas muito difícil. Rotas que ninguém quer”, afirmou.
Diferentemente da Doutor Viagem, a Braun Turismo, a Menton Viagens e a Flytour oferecem pacotes com tudo incluso, desde hotéis até traslados para os locais de vacinação. O valor gira em torno de R$ 25.000.
Todas as empresas destacam que a imunização não é garantida e depende das disponibilidades de doses e regras estaduais.
QUAIS VACINAS POSSO TOMAR?
Os Estados Unidos fazem uso de 3 imunizantes: o da Pfizer/BioNTech, o da Moderna e o da Janssen. Os 2 primeiros exigem intervalos de 21 e 28 dias, respectivamente, entre a 1ª e a 2ª dose. O último é aplicado em injeção única.
Como turistas não costumam passar muitos dias viajando, até por conta dos custos, a vacina da Janssen é a mais procurada.
RISCO DE CONTAMINAÇÃO EM AEROPORTOS
Nenhuma das vacinas são indicadas para pessoas que tenham sido diagnosticadas com covid-19. Por isso, turistas que pretendem viajar com objetivo de se vacinar devem redobrar os cuidados.
Especialistas indicam o uso de máscaras –principalmente as de melhor qualidade, como cirúrgicas e PFF2–, higiene das mãos e distanciamento social quando possível. Para entrar nos Estados Unidos é necessário apresentar um teste negativo para a covid feito até 72 horas antes do embarque.
VACINAÇÃO NA RÚSSIA E EM SAN MARINO
Agências de viagens europeias também estão aproveitando o “turismo das vacinas”. Companhias como a norueguesa World Visitor movimentam-se para levar pessoas até a Rússia com direito à imunização com a Sputnik V.
Os preços dos pacotes de vacinação contra o coronavírus na Rússia custam de US$ 1.400 a US$ 3.500 (de R$ 8.000 a R$ 20.000). Pacotes incluem um tour guiado por Moscou.
A agência italiana Eurasian Travel também chegou a oferecer pacotes para a Rússia. Pararam as viagens em março, seguindo recomendação do governo russo em privilegiar a vacinação de cidadãos do país.
A Rússia ainda mantém restrições à entrada de passageiros vindos de alguns países da Europa, como a França e a Itália. Brasileiros também não têm autorização para viajar ao país, mesmo que façam escala de quarentena em países liberados.
Pietro di Febo, sócio da Eurasian Travel, explicou que as agências fecham protocolo com clínicas particulares da Rússia, que emitem uma carta convite para estrangeiros. Esse documento é usado para solicitar vistos sanitários e permitir a entrada no país. Para entrar na Rússia é preciso apresentar um teste PCR com resultado negativo para coronavírus até 72 horas antes do embarque.
A Eurasian Travel começou a elaborar pacotes para San Marino, nação situada na região central da Itália, a 150 quilômetros de Florença. A região já imunizou completamente mais da metade de sua população e abriu a vacinação, com a Sputnik V, para turistas.
São apenas 3 condições: não ser residente na Itália, pagar € 50 de “taxa sanitária” e ficar ao menos 3 dias no país em cada período (caso o turista queira sair do país depois da 1ª dose e retornar para receber a 2ª).
O preço do pacote depende do valor da passagem aérea, mas di Febo calcula que uma pessoa vinda da América do Sul pague de € 1.750 (R$ 11.400) a € 2.250 (R$ 14.600) por passagem, hospedagem para 23 noites em San Marino e 2 passeios.
A entrada em San Marino é feita pela Itália. Assim como na Rússia, brasileiros também não têm autorização para viajar ao país. A Itália, no entanto, permite a entrada de quem tenha estado os 14 dias anteriores ao desembarque em algum país com baixo risco epidemiológico.