(6Minutos) – O Banco Central determinou nesta terça-feira (dia 23) que Visa e Mastercard suspendam o início dos pagamentos e transferências através do WhatsApp. Na semana passada, o Facebook, dono do aplicativo, anunciou que o Brasil seria o primeiro país do mundo a utilização o WhatsApp em transações financeiras.
Na prática, a decisão interrompe a implementação da novidade, que será avaliada pelo BC. Em novembro, a autoridade monetária lançará um serviço de pagamentos, o PIX, que visa baratear o custo das transações bancárias.
“No âmbito de suas atribuições de regulador e supervisor dos arranjos de pagamento no Brasil, o Banco Central determinou a Visa e Mastercard que suspendam o início das atividades ou cessem imediatamente a utilização do aplicativo WhatsApp para iniciação de pagamentos e transferências no âmbito dos arranjos instituídos por essas entidades supervisionadas”, afirmou o BC em nota.
De acordo com a autoridade monetária, o objetivo da decisão é preservar a competitividade dos meios de pagamento no Brasil. A suspensão, segundo o BC, permitirá uma análise dos eventuais riscos para o funcionamento do sistema de pagamentos brasileiro.
“O eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do regulador poderia gerar danos irreparáveis ao Sistema de Pagamentos Brasileiros notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados.”
Se a medida for descumprida, Visa e Mastercard terão que pagar multa, de acordo com a autoridade monetária.
Após o anúncio do Facebook, o Banco Central já havia afirmado que seria “vigilante” no acompanhamento da iniciativa para evitar concentração de mercado.
“O BC vai ser vigilante a qualquer desenvolvimento fechado ou que tenha componentes que inibam a interoperabilidade e limite seu objetivo de ter um sistema rápido, seguro, transparente, aberto e barato”, afirmou a autoridade monetária em nota.
PIX, o sistema de pagamentos do BC
O PIX, sistema de pagamentos anunciado pelo Banco Central em fevereiro com o objetivo de reduzir ou até mesmo eliminar tarifas de transferência, como as cobradas hoje por serviços como TED e DOC, entra em vigor no início de novembro, e prevê que a transferência seja concluída em segundos.