(6Minutos) – O fechamento dos shoppings centers para conter o avanço do coronavírus atingiu em cheio o desempenho do setor em 2020. Dados divulgados hoje pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) informa que o setor perdeu o equivalente a uma década de crescimento em termos de movimento de público e de receita.
- Faturamento: R$ 128,8 bilhões, recuo de 33,2% na comparação com 2019
- Número de visitantes mensais: 341 milhões, queda de 32% em relação a 2019
“Essa pandemia, em termos de venda, nos levou uma década. Voltamos para os números de uma década atrás”, diz Glauco Humai, presidente da Abrasce.
Segundo ele, o desempenho do setor está diretamente ligado ao fechamento dos shoppings centers. No começo do ano, a expectativa era de crescer 7%. “O ano começou bem. Em fevereiro, houve crescimento de 11%. Mas aí começaram os fechamentos e, em março, a queda foi de 35%. Em abril, foi de 89% [a queda].”
Exemplo disso foi o desempenho do setor nas datas comemorativas de 2020:
- Dia das Mães (12% dos shoppings abertos): -91,1% em relação a 2019
- Dia dos Namorados (67% reabertos): -73,9%
- Dia dos Pais: (93% reabertos): -32,5%
- Dia das Crianças (100% abertos): -20,5%
- Natal (100% abertos): -12,3%
Humai disse que o desempenho de Natal poderia ter sido melhor se algumas cidades não tivessem voltado a proibir o funcionamento do setor. Em São Paulo, houve restrições de funcionamento na semana do Natal e do Ano Novo.
Para 2021, a expectativa da Abrasce é de fechar o ano com um crescimento nas vendas de 9,5%. Mas Humai diz que essa avaliação pode ser alterada diante das instabilidades da pandemia, como eventuais novos fechamentos de estabelecimentos.
Segundo Humai, essa conta leva em conta o fim do auxílio emergencial, que deu um empurrão nas vendas em 2020. “Auxílio é dinheiro na veia, é sempre bem-vindo. Ele é relevante e poderia impulsionar [as vendas.”
Fechamento de lojas
De acordo com os dados da Abrasce, o setor fechou 2020 com 105 mil lojas, 5.000 a menos do que em 2019.
A taxa de vacância ficou em 9%. “Muitos analistas palpiteiros diziam que a vacância chegaria com 25% de vacância”, disse Humai.