Medida voluntária. O presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, que participou da reunião com o Ministério, explica que a adoção das medidas é voluntária e exige, muitas vezes, soluções específicas para cada empresa.
Algumas companhias têm produção constante e a interrupção poderia provocar prejuízos milionários, diz o executivo. Outras podem até deslocar produção entre fábricas localizadas em regiões diferentes.
“Estamos conversando com os associados e vendo o que dá para fazer de forma simplificada. Esse é um trabalho que tem de ser feito por empresa.” O objetivo, diz Pedrosa, é evitar que térmicas de R$ 1,5 mil o megawatt/hora (MWh) sejam despachadas, elevando o custo de todo o sistema. Hoje, ao contrário de 2001, há recursos que podem ser adotados previamente para evitar problemas maiores, afirma ele.
Na conversa inicial com o Ministério, a ideia era começar a adotar essas medidas a partir de julho ou agosto. O presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel, que também participou da reunião e acompanha a elaboração de um programa de racionalização, afirma que o marco regulatório já permite a adoção desses instrumentos. O que precisa é detalhar alguns pontos.
A Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) também iniciou trabalho com propostas de racionalização para apresentar ao governo. Segundo o presidente Venilton Tadini, o sistema elétrico hoje, mais diversificado, permite o uso de vários dispositivos para amenizar os efeitos da crise, decorrente da pior crise hidrológica dos últimos 91 anos.