(Folha) – O anúncio de que as clínicas particulares de vacinação estão negociando a compra de 5 milhões de doses da vacina indiana contra a covid-19 tem provocado acalorados debates éticos no setor de saúde brasileira.
Por um lado, há um entendimento de especialistas em saúde pública de que, por se tratar de vacina ainda pouco disponível no mundo, a oferta no setor privado pode criar uma disputa com o SUS, aumentando asa desigualdades e atrasando a imunização dos grupos prioritários.
As clínicas privadas argumentam que o objetivo não é competir, mas, sim, complementar a oferta prevista pelo SUS, atendendo, por exemplo, empresas que querem oferecer a vacina a seus empregados que não estão hoje nos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Imunização.
Há uma movimentação de setores econômicos para que isso ocorra como forma de reativar a economia. A CNI avalia bancar parte da campanha de vacinação para uma parcela de trabalhadores entre 20 e 50 anos.