O que o forte avanço do setor de serviços nos diz sobre a economia brasileira?

(6Minutos) – Após quatro meses de queda, o setor de serviços cresceu 5% em junho na comparação com maio. Esse resultado positivo não veio sozinho: a indústria e o comércio também registraram forte expansão no mesmo período – 8,9% e 8%, respectivamente.

A pergunta que fica é se agora a economia vai mesmo sair do fundo do poço?

A resposta é que o país começou a sair do abismo em que foi lançado, mas ainda não dá para cravar que retomou o crescimento. “É uma retomada do tombo abrupto e repentino que tomamos na pandemia. Mas começamos a crescer, tanto que na comparação com 2019 a queda é gigante ainda”, diz o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

“Podemos esperar que os próximos números não sejam tão altos. Se a recuperação se mantiver, ela vai acontecer em um ritmo mais gradual”, afirma. Para o consultor, o caminho do crescimento é longo e cheio de riscos. “Tivemos uma recuperação favorecida por medidas de estímulos, como o auxílio emergencial, redução de salários para empresas, adiamento de impostos, crédito extraordinário. Esses estímulos começam a ser retirados e a dúvida é sobre como fica a economia sem ajuda, nesse momento”, disse.

O risco, segundo ele, é que o fim do auxílio impacte o comércio e que o setor de serviços, que também serão prejudicados pelo término do programa que permite empresas cortarem salários e suspenderem contratos. Outro cuidado, esse ainda mais preocupante, envolve o compromisso do país com o equilíbrio fiscal, alertou o especialista.

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