(6Minutos) – O desempenho da indústria, comércio e serviços manteve em outubro a recuperação iniciada no terceiro trimestre do ano. A incerteza é sobre como ficará o fôlego desses setores em 2021, quando o desemprego subir ainda mais e o auxílio emergencial chegar ao seu fim.
Com exceção do setor de serviços, comércio e indústria já estão acima de fevereiro, mês anterior à pandemia. Mesmo sem voltar ao desempenho pré-pandemia, serviços teve em outubro crescimento pelo quinto mês consecutivo.
No entanto, a situação não é homogênea nem dentro dos setores. Enquanto alguns segmentos de comércio vão muito bem, como móveis, eletrodomésticos, farmácias e supermercados, outros vão muito mal. Entre os que acumulam as maiores perdas estão os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria (-33,7%), combustíveis e lubrificantes (-4,7%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e equipamentos e material para escritório (-2,1%).
O que dá para concluir?
Que a recuperação do terceiro trimestre deve se manter no quarto trimestre, período que é já tradicionalmente aquecido pelo pagamento do 13. salário, Black Friday e Natal.
O que esperar para o começo de 2021?
As opiniões se dividem um pouco. “O cenário é de dúvidas, já que o emprego não está se recuperando. E a expectativa é de piora do mercado de trabalho, pois as empresas não vão sair contratando imediatamente”, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV.
Para Mauro Lopes, do BV, os sinais para 2021 continuam positivos. “Não tivemos piora na intenção de compra de bens duráveis com a redução do auxílio, pelo contrário, continuou em alta. Isso não significa que não vamos ter uma moderação do crescimento, mas nada que preocupe que vá causar uma queda do PIB”.