Mesmo cautelosos e preocupados com eventual retorno das restrições devido à pandemia da covid-19, empresários esperam a retomada do crescimento com mais pessoas vacinadas contra a doença no segundo semestre do ano
(Correio) – Com o avanço da campanha de vacinação contra a covid-19 e a reabertura de diversos setores comerciais, os representantes das áreas econômicas do Distrito Federal estão otimistas em relação aos faturamentos do próximo semestre e do início de 2022. Segundo sindicatos e entidades, a expectativa é de que a retomada, mesmo que lenta, seja iniciada ainda este ano. Porém, ao mesmo tempo que há uma confiança na recuperação do faturamento, especialistas pedem cautela e avaliam que só haverá uma melhora nos índices a partir de setembro.
O otimismo é reforçado por Jael Silva, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar-DF). Ele lembra, no entanto, que os cuidados precisam ser mantidos. “No segundo semestre, temos datas extremamente importantes para o setor, como o Dia dos Namorados. Porém, sabemos que nunca poderemos descuidar das medidas de prevenção contra a covid-19”, argumenta. O setor de construção civil também está com esperança. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos, apenas uma má administração pode piorar a situação. “Se a economia como um todo aumentar, a construção civil costuma ficar acima da média. Então, as expectativas estão positivas”, diz.
Cautela
Essa recuperação só será possível, segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa, graças à flexibilização dos horários de funcionamento e aos pacotes econômicos do GDF. Além disso, os resultados de datas comemorativas animam. “A retomada é lenta, mas o Dia das Mães foi bom e temos boa expectativa para o Dia dos Namorados e Dia dos Pais”, analisa. O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, também acredita na melhora, mas afirma que o varejo, principalmente os pequenos empresários, temem novas restrições. “Alguns trabalham com estoque menor por medo de perderem os investimentos”, diz.
Medidas do governo
Ainda de acordo com o economista César Bergo, caso o cenário otimista não se concretize, cabe ao governo, local e federal, adotar medidas acertadas para manter os setores econômicos animados. Além disso, ele considera que os empresários precisam acompanhar os sinais de mudança da economia. “Ninguém aguenta ficar muito tempo fechado, isso é fato. Porém, nunca mais o cenário voltará ao que era antes, e os setores precisam acompanhar. Adotar novas formas de venda e de trabalho para sobreviverem”, analisa.