Sindivarejista: Dia dos Namorados movimentará R$ 102 milhões na economia do DF

Segundo estimativa do Sindivarejista, DF terá aumento de 8% nas vendas neste ano.

No ano passado, o impacto da pandemia pesou e houve queda de 27,8%

 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

(Correio) – O setor produtivo da capital federal espera se recuperar dos maus resultados de 2020 no Dia dos Namorados deste ano. A estimativa do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) é de que, em 2021, registre-se um aumento de 8% nas vendas. No ano passado, o impacto da pandemia pesou e houve queda de 27,8%. Para alguns setores, de acordo com a pesquisa da entidade, o cenário é até mais positivo. Lojas de roupas, sapatos, flores e perfumes podem registrar alta de até 11%. A data deve injetar R$ 102 milhões na economia do Distrito Federal, movimentando diferentes tipos de comércios, como lojas de entrequadras e shoppings, bares, restaurantes, hotéis, motéis e floriculturas, segundo a associação.

Ela adianta que gastou R$ 160 em um conjunto de moletom para presentear o namorado. Esse é o gasto médio com presentes que o Sindivarejista estima para a data deste ano. Em 2020, o mesmo a média foi de R$ 95. “Acabei poupando cerca de R$ 100 de um jantar ou almoço fora por estarmos em pandemia e não podermos fazer nada além da troca de presentes”, acrescenta.

Victor diz que, em 2020, comprou uma torta doce e fez um jantar para a namorada. “Não teve presente, além da companhia. Para este ano, eu ainda não tenho ideia do valor que vou gastar. Geralmente gasto de R$ 100 para cima. O Dia dos Namorados é mais uma data para comemorar a união. Cai no mesmo dia que começamos a namorar — não no mesmo mês — então celebramos duplamente. A gente costumava sair para comer algo, tipo um rodízio de sushi. Mas, com a pandemia, este ano vai ser só o presente”, explica.

O vice-presidente do Sindivarejista-DF, Sebastião Abritta, afirmou que, neste ano, o consumidor está dando mais importância para a data. “Em 2020, todos estavam sob os impactos iniciais da pandemia e as vendas desabaram”, analisou. Segundo ele, como não se trabalha com a expectativa de um novo lockdown para o fechamento do comércio, o movimento nas lojas vem crescendo. O sindicato da categoria estima que os cartões de crédito responderão por 96% do faturamento do comércio. “É um claro sinal de que quem compra quer prazo para pagar, ainda que com juros”, diz Abritta.

Criatividade

Há quem busque usar a criatividade para surpreender. É o caso do morador de Águas Claras e publicitário Vyctor Hugo, 32. Há um ano e nove meses com o namorado Leonardo, 26, ele pretende dar de presente uma cesta elaborada por ele mesmo com produtos diferentes. Segundo Vyctor, os cosméticos devem ser um dos produtos do kit. Vyctor estima gastar, no máximo, R$ 200 para dar o presente criativo ao companheiro. “Ano passado, dei uma cesta de café da manhã e gastei cerca de R$ 90. Eu ainda não pensei muito no presente, mas gosto de coisas criativas, mais relacionadas ao valor. Então, penso em montar o presente dentro de uma caixa de acordo com os gostos dele”, conta.

Moradora do Recanto das Emas, a estudante do 2º ano do ensino médio, Ana Beatriz Sousa de Araújo, 17, está com o namorado, Davi, também de 17 anos, há cinco meses. “É o nosso primeiro Dia dos Namorados juntos. Vai ser interessante e especial, vamos ficar juntos. Acho que esse vai ser o maior presente, pois não nos vemos muito por causa da pandemia. Pretendo gastar entre R$ 50 e R$ 80, e dar algo mais simples”, diz.

Lojas em promoção

Para atrair novos clientes, a empresária Cristiane Moura, 51 anos, dona de uma loja de moda feminina em shoppings e comércios de rua do DF, fez uma live ontem à noite nas redes sociais da para dar dicas de presentes para o Dia dos Namorados. Ela acrescentou que vai fazer promoção de 30% de desconto nos novos produtos da loja. “O meu produto é de um poder aquisitivo mais elevado, com presente em torno de R$ 200. O histórico de vendas para esta data, normalmente, é de vestuário, com muita saída de blusa e vestido para os namorados. Mas o meu público é mais de casados, que se conhecem há muito tempo”, diz.

Como economizar e não se endividar

Em momentos de dificuldades econômicas, o aumento de despesas pode pesar no orçamento. O professor de economia do Ibmec Brasília William Baghdassarian recomenda alguns cuidados para evitar se endividar. “A primeira recomendação é comprar um presente compatível com a sua renda. Às vezes, você gosta muito da pessoa e compra um presente fora do seu limite e isso pode comprometer no futuro”, orienta. “A segunda dica é ter cuidado com o parcelamento, que é sempre complicado. Na prática, é transferir renda do futuro para o presente, o que acaba desbalanceando o consumo, ou seja, gastando muito agora e ficando apertado depois. É muito comum a gente pensar na prestação e não pensar no que isso representa na nossa despesa”, detalha o especialista.

William orienta que é importante fazer o clássico hábito de pechinchar preços mais em conta. “Se tiver condição de buscar algum desconto, mesmo hoje em dia não sendo tão comum, a pessoa deve tentar. Afinal de contas é uma relação comercial com a loja. Às vezes, 10% de desconto em um produto valeriam os juros que você pagaria em um parcelamento. A grande mensagem é não transformar um gesto de amor em um problema pra você”, destaca o economista.

Seguindo a determinação do Governo do Distrito Federal (GDF) e as recomendações das autoridades sanitárias, para quem for comprar presentes pessoalmente nas lojas é importante seguir protocolos como evitar aglomerações, cumprir o distanciamento social de 1,5m, higienizar as mãos com álcool em gel 70% e sempre usar máscara de proteção facial.

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