Por Aguinaldo Novo, editor de economia & negócios Estadão
Caro leitor,
De longe, o principal item da agenda desta semana é o provável início da vacinação contra o novo coronavírus, depois que a Anvisa aprovou neste domingo o uso emergencial da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, como da vacina da Oxford/AstraZeneca. E isso tem muito a ver com o futuro da nossa economia.
A crise sanitária levou milhares de empregos de vidas no País e pôs o crescimento do PIB em xeque. Mesmo com os dados recentes indicando uma recuperação da atividade nas indústrias e comércio, essa recuperação ainda é desigual, sem força para repor os empregos perdidos desde o ano passado. A condição básica para que a economia retome uma trajetória sustentável passa, necessariamente, pela imunização do maior número de pessoas, garantindo segurança para quem precisa voltar ao trabalho pessoal.
Foi essa avaliação que um grupo de empresários reunidos pela Fiesp apresentou ao governo federal no último dia 13. Preocupados com a demora do Ministério da Saúde em definir ações concretas para o início da vacinação, os empresários queriam antecipar a compra de vacinas e imunizar seus funcionários e familiares. A resposta oficial foi taxativa: todo o programa ficará a cargo de Brasília.
Outra entidade que se movimento nesse sentido foi a CNI. Para o presidente da entidade, Robson de Andrade, só a vacinação maciça permitirá o retorno seguro à atividades produtivas, com efeitos positivos para o mercado consumidor e os investimentos.
O Ministério da Saúde passou recentemente pela constrangedora situação de ter uma informação publicada no Twitter classificada como “enganosa” pela própria rede social. Por diversas vezes, o presidente Jair Bolsonaro minimizou os riscos e os efeitos da contaminação, e o resultado dessa inação é o que o País não tem ainda nem seringas e agulhas suficientes para dar conta da demanda. A expectativa é que o governo mude agora de postura, para não ver o País em situação mais difícil.